terça-feira, 7 de janeiro de 2014

PERFIL : CARTAS

Professor Marcelo Braga divide-se entre a profissão e a crítica expressa em cartas para a imprensa

Ele se indigna com situações que vão contra os interesses da comunidade. Também defende com unhas e dentes o magistério

 
 
“Sei que minhas posições provocam ranger de dentes e despertam rancor, mas não vou deixar de externar minha opinião quando achar que alguma situação contraria os interesses da comunidade, principalmente quando disser respeito à educação ou ao esporte.” É assim, com determinação, que o francisquense Marcelo Roberto Vieira Braga, professor de educação física, justifica seu hábito de escrever quase todos os dias para periódicos, quase sempre com críticas a algum desvio de conduta ou apontando caminhos para o aprimoramento da educação.
Campeão de presença na seção de e-mails e cartas do ND – posição dividida com o comerciante joinvilense Verli Antonio Araújo (Perfil em 18/5/12) –, Braga é, acima de tudo, um apaixonado pela profissão e inimigo de qualquer tipo de corrupção. “Escrevi a primeira carta aos 14 anos, para uma revista, e nunca mais parei.”
Braga nasceu em 1968 e se criou no bairro Paulas. “Meu pai, conhecido como Mário Cebola, jogava no Atlético e tinha um restaurante ao lado da estação ferroviária. Conheceu minha mãe quando ela veio à cidade para trabalhar na Babitonga. Estudei no Colégio Francisquense, e sempre fui apaixonado por esporte”, conta.
Era um guri chegado a estripulias, como uma que ele resgata dos arquivos da memória: “Eu tinha uns 7 anos, e na época era bem loirinho. Um dia, sentei-me numa canoa de pescador, na beira da praia, e não percebi que o movimento da maré começou a me levar pra fora. Foi um desespero para as pessoas quando sumi, até que alguém viu a cabeça branca se destacando na canoa, a essa altura longe da praia”.


ARQUIVO ND


Experiência no JEC
Adolescente, durante um tempo Braga pegava a litorina todos os dias até Joinville. Da estação, ia ao Ernestão. “Cheguei a jogar no sub-15 do JEC, e disputei a Taça São Paulo de Juniores, em 1983. Mas não era bom o suficiente pra sonhar com uma carreira profissional, e preferi focar a atenção nos estudos.” Iniciou a faculdade de geografia na Furj (atual Univille), mas não se graduou. Era sua segunda opção; a primeira era educação física, mas, por incrível que pareça, não foi aprovado no teste prático, exigido na época. “Até hoje não sei o que aconteceu”, admite.
A sonhada faculdade foi iniciada na Universidade de Passo Fundo, onde morou por seis anos. “Enquanto estudava, trabalhei numa creche, num bairro pobre, ensinando as crianças a jogar futebol. Reforçava o orçamento jogando na equipe de futsal da Cooper Passo Fundo e ensinando basquete na escolinha da universidade.” De volta a São Francisco, concluiu a faculdade na Univille, em 1994.
Trabalhou na Academia Armazém do Corpo, coordenou as escolinhas de futebol do Atlético e do Ipiranga, foi preparador físico em vários clubes e, em meados dos anos 90, junto com Jorge Cevinski, criou o projeto Ginástica na Praia, na Enseada.
Em 1996, enfim, Braga iniciou a carreira de professor de educação física no colégio Carlos da Costa Pereira, no Acaraí. Seguiu-se um período de dez anos na escola João Alfredo Moreira, na Vila da Glória, onde chegou a diretor. Dessa época, guarda muitos “causos” das travessias: “Muitas vezes, a lancha levava caixões funerários para a Vila da Glória. Certa vez, por causa da neblina, fomos parar na ilha do Cação, com um caixão a bordo”.
Desde 2006, Braga leciona na EEB Annes Gualberto, no seu querido bairro Paulas (entre os alunos, está o filho João Vítor, 12 anos). Dedicado ao esporte, tem respeitável galeria de troféus em sua sala no colégio, ganhos tanto com os alunos quanto por clubes. Neste ano, foi campeão sul-brasileiro de futsal sub-13 e vice no sub-12, categorias com as quais também disputa as competições da Liga Joinvilense.
Para manter a forma, Braga joga futebol pelo time master do Atlético. Além das conquistas no esporte, se orgulha de outras duas - uma profissional: “Completei 20 anos de magistério no Dia do Professor, 15 de outubro”, e outra pessoal: “Em 2013 ganhei o título de Cidadão Benemérito de São Francisco do Sul”.

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